O Brasil continua vivendo momentos difíceis em sua política partidária nacional em todas as acepções, pois correntes diversas em permanência e disputas de e pelo Poder Central, destroem-se entre si e perante a opinião pública a cada dia que se passa, desde à posse do então presidente Jair Messias Bolsonaro que, de uma forma ou doutra, concluiu seu mandato entre “tapas e beijos “ com o super Poder da República brasileira que se tornou o Judiciário, nacionalmente falando.
Um ano desastroso para o país foi, sem dúvida, o de 2022, por quanto ano eleitoral sobre dúvidas diversas, sejam lá relacionadas à tão difundida nas redes sociais acerca da lisura do processo eleitoral, seja pelo alto nível de baixaria entre os então candidatos a todos os cargos eletivos em disputas, embora o mais acentuado (à Presidência da República) que tanto marcou e perduram os disse-me-disse, num bate e volta até o presente. É só lerem ou ouvirem os hoje doentiosnoticiários nacionais: não viram o disco, pois as causas continuam as mesmas, obviamente.
A sensação de boa parte dos brasileiros, independentemente de suas adesões a correntes ideológicas, mas que tenham um pouco de consciência crítica da política partidária tupiniquim, seja por opção ou condução por meio dos processos de massificações que os conduz a uma perigosa alienação, é que estamos muito longe de uma sonhada ou esperançosa pacificação do Brasil nos espaços de campo da política nacional.
Alguns desavisados ou intelectuais de plantão dirão que isso é próprio dos regimes democráticos, ou seja, a dialética, a contradição, a lei dos contrários, etc é que fazem existir ou aprimorar um regime democrático em nações desenvolvidas ou em estágio de desenvolvimento, porém, no Brasil, essa previsão parece temerária.
O contexto acima daria até para aceitar parcialmente essas justificativas, se não houvesse tantos abutres de plantão e os que estão a esperar a “decomposição” do que vier ocupar a cadeira Central, para ser o primeiro a dar o “golpe” e assumir a posição no pote, num verdadeiro rodízio de meros projetos de poder, seja pessoal ou grupal, que tanto escraviza a nação brasileira por anos a fios. No fundo, navegam e se dão bem, diante do perdurado analfabetismo político da nossa sofrida nação.
O gravoso a meu sentir é que poderemos estar à beira de um abismo institucional de forma concreta (torço para que não, obviamente), mas as evidências apontam para esse sentido, e não se tratam de crenças, mas evidências concretas à luz de uma análise em Ciência Política sensorial pode-se assim concluir.
Uma eclosão em más sensações de desordens institucionais à vista, não se pode desdenhar. O pior que não se sabe onde e como o país poderá vivenciar um contexto do estilo, ainda que alguns comentaristas “entendidos” de plantão sustentem em suas teses e interesses, o contrário de tal profecia, ao tentar passar para a opinião pública que a democracia brasileira é sólida, consolidada e promissora, apenas passa por ciclos previsíveis de rotações comezinhas. Ledo engano. Háespectros para tudo, desde que não se subestime absolutamente nada, sobretudo diante da preocupada e continuada e contundente polarização política partidária em curso que já invade outras relações diárias e pessoais na vida cotidiana de toda a nação brasileira. É só não subestimar, pois há loucos para todos os lados. Oxalá nos diga o contrário...
No fundo, é preciso continuar a filtrar tudo o que ouve, vê e sente dos noticiários nacionais (há donos da verdade midiáticos para todos os lados), onde, praticamente, a tóxica política partidária nacional diante de tantos maus exemplos, é o que mais tem mexido com o semblante do povo brasileiro, por conseguinte em nome da chamada relativização de tudo, o país vive mais momentos difíceis e sem previsão de tomar rumo à sua própria construção enquanto nação livre interna e externamente, e soberana, sobretudo.
Subestimar tal sensação é não se preparar para o mais grave ou do contrário, se permitir intoxicado com o pior que tanto invade nossos lares mediante avalanches de notícias que perdem a qualidade de veracidade, diante da terrível e necessária forma de questionar tudo e a todos, a fim de, não se adoecendo, salvar-se como puder do contexto histórico nacional ainda fortemente em curso no Brasil.
Sebastião Uchôa, Advogado do Escritório Uchoa & Coqueiro, Advocacia