Durante anos os Delegados sacrificaram suas vidas pessoais a fim de não interromper o atendimento à sociedade nos mais distantes rincões deste Estado. Nos finais de semana, enquanto todos desfrutavam do descanso merecido, sem qualquer contraprestação financeira para despesas com alimentação e estada, aceitávamos nos deslocar pelos 217 municípios do Maranhão para cumprir plantões de até 72h ininterruptas em delegacias que sequer alojamento possuíam, mesmo durante a semana regular, por não haver efetivo suficiente, nem compromisso em sanar esse problema por parte do Estado, os Delegados se sujeitavam a interromper seu descanso noturno, sem que estivesse regularmente escalados para plantões e se deslocavam na noite ou madrugada simplesmente para colaborar com os sistema de justiça criminal e não trazer prejuízos para a sociedade que é sempre quem mais sofre com o descaso na segurança pública.
Por essa razão, esse movimento visa também impedir que ilegalidades continuem a ser cometidas nas apresentações de pessoas suspeitas da prática de crimes quando encaminhadas por outras forças de segurança para locais onde não há um delegado de polícia para fazer a imediata avaliação jurídica do fato, sendo muitas das vezes jogadas nas celas sujas, onde são obrigadas a passar a noite até que um delegado tome ciência do fato e decida.
Assim, após inúmeras tentativas de sensibilizar o governo do Estado e considerando a forma desimportante com a qual fomos tratados no projeto que trata do reajuste do servidor público, não nos restou outra alternativa a não ser despertar para a importância de nos valorizarmos internamente e cumprirmos apenas o que está previsto nas leis e regulamentos, sem concessões.