Em uma nova Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada na terça-feira, os Delegados atenderam a uma solicitação da DGPCMA e, após reunião com representantes do governo, decidiram suspender a execução de medidas aprovadas anteriormente pela categoria em 21/07. Essas medidas incluem a não presidência de procedimentos em cidades onde não há lotação formal e a recusa em receber presos após as 18h nas cidades sem plantão.
O presidente Márcio Dominici explicou que essa suspensão é um gesto de boa fé e demonstra confiança na política do atual governo em relação aos investimentos na Polícia Civil. Além disso, a categoria está negociando uma reestruturação salarial, uma vez que já se passaram oito anos sem reajuste real.
Durante a AGE, alguns delegados lotados no interior relataram a situação caótica em que se encontram, com falta de recursos como viaturas e equipes completas para investigações. Os prédios também estão em condições precárias, e muitos delegados respondem por mais de uma cidade sem receber qualquer retorno financeiro. Essa situação tem levado ao aumento de pedidos de afastamento por problemas psíquicos, como estresse, burnout e ansiedade. Além disso, novos candidatos aprovados em concursos públicos têm recusado assumir o cargo devido ao descaso e abandono da instituição encarregada da investigação criminal, conforme noticiado pelo G1 recentemente.
Através da ADEPOL, os Delegados e Delegadas mais uma vez demonstram bom senso e preocupação com a segurança do cidadão, mesmo que isso signifique sacrifício pessoal, ao continuarem a exercer a função constitucional de investigação de crimes com apontamento de autoria e materialidade criminal. No entanto, eles esperam que o governo do Estado cumpra sua parte realizando ações concretas na busca por soluções para tais problemas.